segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Explicação

Bom,

considerando que já fazem 3 anos do ocorrido que gerou o "poeminha" do último post e que nem todos que acessam aqui são mineiros e fãs de futebol acho que se faz necessária uma breve explicação para contextualizar os versos escritos.
O "poema" parte de uma célebre frase do escritor mineiro Roberto Drummond e que é utilizada como uma espécie de "segundo hino" do Clube Atlético Mineiro, onde ele diza que "se houver uma camisa preto e branca pendurada no varal em dia de tempestade, o atleticao torce contra o vento".
Além disso, o "poema" busca referência sempre ao Hino oficial do clube, a começar pelo título que parodia a frase final do hino "uma vez até morrer". O fato do "poema" possuir um título já chega a ser uma ironia, mas não irei entrar neste (de)mérito.
O "poema" foi escrito pouco antes do rebaixamento do clube à série B do Campeonato Brasileiro, no ano de 2005. À época o time mineiro ocupava a última colocação na tabela de classificação e seu rebaixamento era dado como certo.
O "poema" se dirige a Roberto Drummond (ou à sua frase) logo na primeira estrofe afirmando que desta vez a torcida não adiantou e se afogou na tempestade, jogando o time no escuro abismo da série B enquanto ocupava humilhante posição de lanterna da competição(luz da humilhação).
O silêncio na alvorada é uma referência ao "canto dos galos ao amanhecer", uam das definições do dicionário Aurélio para esta palavra, lembrando que o galo é o mascote do Clube Atlético Mineiro. A estrela que se apaga é a tão aclamada estrela amarela que o Atlético Mineiro ostenta sobre seu escudo e simboliza a conquista do Campeonato Brasileiro de 1971. É uma alusão ao rebaixamento que será tão inesquecível quanto este importante título, apagando assim o seu brilho. O "gelo" derretendo, a "raça" que não "vingou" são referências encontradas no hino do clube: "(...)nós somos campeões do gelo(...)jogamos com muita raça e amor(...)galo forte vingador".
Na última estrofe o "pranto do seu filho" faz referência a um dos principais personagens do rebaixamento alvinegro. Euller, o filho do vento, e seu choro era fotografado a cada derrota do Atlético Mineiro e ocupava as páginas dos jornais. Porém desta vez nem seu choro salvou o clube, uma vez que no ano anterior o Atlético havia escapado do rebaixamento ao vencer o São Caetano na última rodada por 3 a 0. Na época houveram denúncias de que o jogo havia sido vendido, mas nada foi provado. Fato é que o então jogador do São Caetano, Euller, que antes do jogo declarou ser atleticano e não gostaria de ver o time rebaixado e que durante a partida não acertou um passe praticamente, pouco tempo depois estava vestindo a camisa e assinando contrato com o Atlético Mineiro. Desta vez, estando do lado de dentro ele nada pôde fazer. Nem o pranto do "filho do vento" conseguiu fazer com que ele (o vento) desse uma trégua na tempestade. A camisa preto e branca já não estava mais lá. A cena do varal vazio apenas ratifica a vitória do vento sobre ela.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu não sei pq ainda insisto em ler seu blog um dia depois de clássico no mireirão...aff
cadê minha garrafa de conhaque...
inté no canapé amanha
bjomeliga