segunda-feira, 30 de junho de 2008

El matador em Pelotas

Tomás Aquino Rego é um gaúcho de Pelotas típico: alto, loiro, espadaúdo e que toma seu chimarrão de bota e bombacha todas as manhãs. Ou melhor, era. Até o mês passado quando decidiu assumir sua paixão pelo seu cumpadre, o coronel Ozório. Passou então a se vestir como mulher, usando peruca , salto alto, vestidos provocantes e amarrando as “coisa” pra trás pra não ter trapaio. Estava tranquilamente em sua fazenda, assistindo emocionada ao programa do Leão Lobo enquanto depilava a virilha quando ouviu alguém bater à porta. Na esperança se ser o Ozorin ela correu para atender e deu de cara com um sujeito de traços latinos, cabelos de índio tapados por um boné com a marca “nique” e um sobretudo preto com a etiqueta para fora onde se lia “fioruti”. O sujeito deu um trago em seu cigarro “frii”, o jogou no chão e disse calmamente com sua voz rouca:

- Buenos dias señ....señ....señ....señora...io soy um...
- Ahhh! Que tudo! Você me deixou comovida garanhão! É a primeira vez que me tratam como uma legitima mulher!
- Como o que?
- Comovida...mas fico realmente muito feliz...meu nome é Raíssa, e você quem é?
- Como ia dizendo señora, soy um jagunço paraguaio conservador, e fui contratado pelo prefeito para...matar usted!!!
- Ahhhhhhh!!!! Para que? – diz tremendo o travecão.
- Paraguaio señora...jagunço paraguaio conservador....inclusive já matei a Walewska e a Samantha....
- Ah nããããããooo.....já o que?
- Jagunço señora....jagunço paraguaio conservador....e soy conservador porque matei eles apenas com....(ele tira algo brilhante de debaixo da capa) meu punhal!!!!
- Ah!!!!!!!!que loucura!!!!....com o que?
- Conservador señora...mas será possível que não entendes nada do que digo?
- Mas é claro né bofe..com esse portunhol...horrendo!!! Se não entendo nada é só porque você não fala minha língua (e põe a língua pra fora a balançar provacantemente...)
- Como señora..por que?
- Portunhol...será possivel? É uma espécie de mistura de português com espanhol...você nunca viu uma entrevista do Wanderley Luxemburgo?
- Isso não importa señora. O que importa é que vim aqui para matá-la..e irei matá-la...
- Mas por que o prefeito quer me matar...ele não gostou da nossa troca de carícias?
- Não é isso señora...a questão é que sua reputação está denegrindo o nome da cidade...boatos dizem que você andou se enraibixando com uma mulher de Florianópolis...
- Ah..mas isso não é justo..sou uma simples fazendeira pelotense e tenho direito de viver...se fiz o que fiz foi pelo prazer adormecido que não experimentei jamais...
- Pelo que, señora?
- Pelotense...fazendeira pelotense, como eu disse, e com muito orgulho...e se desistir de me matar, com você eu faço tudo e mais um pouco gostosão....
- Faz o que? - pergunta já se interessando o matador.
- FazendeirA...com A maiúsculo no final, ouviu? E então, topas?
- Não adianta me provocar...soy um matador mui vaidoso...e vou matá-la de qualquer jeito!!
O gaúcho faz um biquinho e diz melosamente - ahhhh nããããooo...vai o que?
- Vaidoso señora...e pode ir tirando essa mão da minha bunda....
- Poxa meu artilheiro...será que não podes ser um pouco mais humano....sou apenas uma mulher que quer aproveitar a vida...
- Uma o que?
- Humano garanhão!! – e puxa o matador pelo pescoço se enroscando no chão...ele joga o punhal pro lado, larga a vida de matador e os dois vivem felizes para sempre....

FINAL ALTERNATIVO

- Humano garanhão!!!
Após ouvir isso o matador paraguaio impiedoso como ele só encaixa seu punhal no crânio do(a) fazendeiro(a), que antes de morrer só tem tempo de pensar rapidamente: “aposto que se este matador fosse escocês, minha cabeça não estaria doendo tanto...”

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre o assassino paraguayo...
Mas ele tem que ir aí pras Minas Gerais, vai te dar 23 facadas no teu crânio.
Abs.