quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Barão de Coubertin

Sinto-me obrigado neste momento a publicar aqui este texto que escrevi este ano. Depois de ver o Brasil competir, competir e competir em Pequim e deste fato ocorrido ontem posto aqui este texto em homengam ao grande amigo Marcelo Cruz Vargas!

O Barão de Coubertin e o futebol brasileiro: 100 anos de exemplo no esporte

Sidney, 2000: Algumas lágrimas correm da platéia que aplaude emocionada o nadador Eric Moussambani, da Guiné Equatorial. A imagem que corre o mundo é o principal destaque daquele dia olímpico e leva a emoção aos 6 continentes para pessoas que reconhecem ali o verdadeiro espírito olímpico, o espírito esportivo. A coragem de um homem de competir em uma olimpíada em um esporte que aprendeu a menos de 6 meses, mesmo nadando sozinho em uma piscina sob o olhar atento de todos com braçadas descompassadas e terminando a prova com um tempo duas vezes e meio maior que o recorde mundial é que emociona a todos. As lágrimas que correm, os pelos que se arrepiam, o sorriso que é arrancado de quem vê aquela cena é pelo fato de ele não ter desistido, de ter seguido até o fim na busca de honrar seu nome e seu país.
Los Angeles, 1984: A suíça Gabriele Andersen adentra ao estádio olímpico cambaleante. Ela disputa a maratona e está exausta. O estádio assiste de pé seus últimos 100 metros que duram infinitos 6 minutos. Seu semblante revela que pode desabar sem consciência a qualquer momento. Porém ela não desiste e segue seu caminho cruzando em 37º lugar a linha de chegada levando ao delírio todo o estádio. As pessoas emocionadas comemoram como se acabasse de chegar ali a medalhista de ouro.
Estes são dois exemplos clássicos do chamado espírito esportivo. Exemplos como estes emocionam e demonstram que não só no esporte, mas em todos os campos de nossa vida, devemos sempre enfrentar nossas dificuldades e correr atrás de nossos objetivos.
Podemos dizer que o espírito esportivo foi fundado junto com a célebre frase “o importante é competir”, proferida por Pierre de Fredi, o Barão de Coubertin durante o discurso de abertura dos jogos olímpicos de 1908, em Londres. Ele havia ouvido a frase há cerca de um mês, em um culto na Pensilvânia e percebeu que não haveria melhor hora para utilizá-la que aquela. Portanto, este ano de 2008 é um importante ano para o esporte mundial, onde comemoramos 100 anos da instituição do espírito esportivo.
Em olimpíadas, o melhor exemplo brasileiro que encontramos para externar nesta importante data é sem dúvida o de Vanderlei Cordeiro de Lima que, mesmo sendo atrapalhado no fim da prova da maratona de 2004 e perdendo com isso duas posições, cruzou em terceiro lugar a linha de chegada pulando e comemorando aquele grande feito enquanto era saudado como o verdadeiro campeão da prova pelo público. Seu espírito esportivo foi reconhecido e ele foi agraciado com a honraria máxima concedida pelo Comitê Olímpico Internacional: a medalha Pierre de Coubertin.
No entanto não podemos falar em espírito esportivo sem citar o esporte mais popular do mundo. O grande Barão de Coubertin não sabia, mas por coincidência ou por obra do destino, naquele mesmo ano em que ele eternizava o principal bordão do esporte mundial, nasceria um clube que faria jus àquela frase. Justamente um clube destinado a disputar o esporte que viria a se tornar o mais popular e justamente no país que saberia melhor representar este esporte no mundo. Em 25 de março de 1908 nascia aquele que durante toda sua vida viria mostrar a nós brasileiros que nem sempre o mais importante é a vitória. Naquele dia nascia aquele que nos mostraria que no esporte, o que menos importa são os títulos e as conquistas. Nascia aquele que mesmo sem grandes feitos durante anos e anos continuaria ali a disputar os torneios e a mover a paixão de alguns que, mesmo sendo minoria, continuariam a aplaudi-lo e a torcer por ele, seja nos estádios, seja em frangalhos pendurados em varais. Nascia ali o Clube Atlético Mineiro, que durante cem anos vem nos ensinando que na vida e no esporte “o importante é competir”.
Parabéns ao Clube Atlético Mineiro e a todos os seus torcedores que nos ensinam a cada dia a verdadeira importância do esporte. São exemplos assim que fazem a paixão pelo esporte fazer sentido. Os Barões de Lourdes são os verdadeiros Barões de Coubertin do século XXI. Desejo a todos vocês mais 100 anos de exemplo, superação e lágrimas.

***escrito originalmente em 25/03/2008
***O Atlético Mineiro segue firme na meta de tomar 100 gols no ano dos 100 anos. E agora outra meta fica clara:
tomar mais goleadas que o número de bronzes ganho pelo Brasil em Pequim, para mostrar que nessa história de "o importante é competir" ninguém compete com eles!

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu já conhecia. Mas não achei graça nenhuma.

Anônimo disse...

e é por isso que eu bebo Bruninho...
é por isso que eu bebo...
oh bollocks

uma pessoa aleatória disse...

"seja nos estádios, seja em frangalhos pendurados em varais"

HAHAHAHAHAHAHAHA !

FRANGALHOS !!!!

HAHAHAHAHAHAHAHHAHAAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH